Sonhei com ele, o monstro. Pensei que era pesadelo, mas não: era realidade; eu não sabia o que fazer... No dia seguinte, acordei e, ao tomar banho, percebi que meu braço estava roxo. Coloquei então uma camiseta com mangas longas, para ninguém perceber; estava um pouco frio, foi minha sorte.
Olhei minha cama para ter certeza de que não havia marcas de sangue, graças a Deus não tinha. Como de costume, arrumei o lençol, coloquei meu travesseiro junto ao cobertor dentro do baú, arrumei meus cinco ursinhos de pelúcia em cima da cama, peguei meu material e fui para a escola.
Eu não conseguia falar, acho que nem lembrava que tinha que respirar; só vinha na minha lembrança aquela cena horrorosa do monstro. Naquele ano eu fui reprovada, não conseguia entender nada do que a professora falava, parecia grego.
É claro que recebi um castigo de minha mãe, ela não deixou eu passar o final de ano na casa de meus avós, que também moravam no campo, porém em outro local. Enfim, fiquei no sítio, brincando com os patos e galinhas e fazendo bonecas com espigas de milho.
O ano seguinte começou e uma nova turma no colégio. Minha mãe adoeceu, foi descoberto um câncer no seu intestino e por conta disso ficou bastante debilitada. Meu pai trabalhava muito e não podia me buscar no colégio. Ele me disse que, para minha segurança, iria pedir a um amigo para me buscar todos os dias na porta da escola. Meu coração estremeceu. Meu pai pediu para o monstro ir me buscar todos os dias. O que eu faria?
Continua na próxima edição.
Continua na próxima edição.
A história acima é fictícia e baseada em fatos do cotidiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário