
Naquele dia eu não consegui sair da sala de aula, meu corpo tremia de novo, meus dentes estavam cerrados, tive até náuseas. A professora me chamou e disse:
– Crysti, minha querida, seu amiguinho veio buscá-la, ele está lá no saguão te esperando.
Meu coração estremeceu: eu não quero ir, alguém faça algo, pelo amor de Deus!
Mas quem? Ninguém sabe dessa história, eu não posso falar.
– Vamos, Crysti, o sinal já bateu faz dez minutos, só tem você nessa sala, a outra turma já está chegando.
Eu fiquei enrolando com meu material escolar, Disse que havia perdido minha caneta, mas nada disso adiantou. Eu tive que sair da sala e ir ao encontro do monstro.
Minha vontade era pular no pescoço dele e bater tanto até sangrar, do mesmo modo como ele me fez sangrar por dentro e por fora.
Ele me olhou e seus olhos brilhavam como se estivessem vendo algo que desejasse muito, como um prêmio que tinha ganhado. Veio até mim e pegou em minha mão. A professora me entregou para ele:
– Vou cuidar dela, dona Clara, vou levar para casa direitinho. Falou o monstro, sorrindo para minha professora.
– Eu não quero ir com você, monstro!
– Cala a boca agora e entra no carro, senão já sabe o que vai acontecer com a sua mãe!
– Ela está doente, não toca em minha mãe!
– Então faz tudo o que eu mandar!
O olhar dele era demoníaco. Ele suava muito e o cheiro era horrível. Continuava com aquela barba grande e suja. Eu senti o cheiro daquela casa fedorenta de novo.
Continua na próxima edição.
A história acima é fictícia e baseada em fatos do cotidiano.
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