Fui para o colégio, era dia de prova. Eu até estava animada, pois era prova de educação física e tínhamos formado um time de futebol feminino; eu gostava bastante. Fui para o vestiário e, para minha surpresa, minha primeira menstruação veio! E agora? O que eu faço? Uma colega me ajudou e consegui participar da prova sem maiores problemas.
Agora eu era uma mulher, com corpo de mulher, sofrimento de mulher, mas desejo de menina. Queria apenas ser feliz...
O ano letivo acabou e desta vez pude ir para a casa de meus avós passar o fim de ano com eles. Parecia tudo normal, quando recebemos a notícia de que meu pai havia passado mal. Já era tarde quando meus avós me levaram até o hospital para vê-lo.
O médico me chamou e disse:
– Minha filha, fizemos de tudo, mas seu pai teve uma parada cardíaca por causa da bebida e veio a óbito.
– Vó, o que eu faço agora? Não tenho ninguém! – disse, desesperada.
Fiquei então duas semanas na casa de meus avós. Eles moravam em um sítio distante da cidade, então eu não tinha como ir ao colégio. Por esse motivo, resolveram que eu iria morar com minha tia. Ela era sozinha, não tinha marido nem filhos, era irmã da minha mãe. Gostava muito dela; quando eu era pequena, me trazia bombons, mas ela tinha cheiro de uísque.
Arrumei minhas coisas e fui até a casa dela. Fiquei num quarto bem bonito, com papel de parede rosa e uma escrivaninha de madeira escura. Tinha um quadro de bailarina na parede e uma janela que dava para a rua, onde eu podia ver todo mundo passar.
Continua na próxima edição.
Continua na próxima edição.
A história acima é fictícia e baseada em fatos do cotidiano.
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