
O barulho dos tiros
penetra em minha mente, sei quais são as armas porque eu ajudava a limpá-las
por alguns trocados. Estou com vertigem, não consigo respirar, muitos gritos,
pedidos de socorro, sinto gosto de sangue na minha boca. Minha cabeça vai
explodir, preciso do crack, preciso fugir. O barra pesada está do meu lado;
levanta-se e saca a arma, foi atingido. Eu nunca vi nada parecido, o inferno
estava na minha frente, uma bala atingiu sua cabeça. Ele havia acabado de matar
o monstro com dois tiros na cabeça e agora foi atingido. Ficou irreconhecível,
seu corpo caiu ao meu lado. Desespero, dor, tenho que me esconder. O único
lugar seria embaixo do seu corpo morto. Três horas de confronto, não sobrou
nada. Silêncio. Cheiro de pólvora, sangue e dor. Policiais e paramédicos buscam
por sobreviventes. Eu me levanto, estou coberta de sangue... Sangue do morto.
Estou apavorada, bichos estão atrás de mim e eu nem estou sob efeito do crack.
Não consigo pensar, minha cabeça está explodindo.
22ª de um total de
28 crônicas.
Continua na
próxima edição.
A história é
fictícia e baseada em fatos do cotidiano.
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