Como é possível para algumas pessoas que dizem crer no Senhor Jesus
Cristo, bem como na Sua Santa Palavra, viverem como se Ele nem existisse? E por
que a Sua Igreja tem sido tão fracassada diante dos desafios que o mundo lhe
impõe? Por causa desses questionamentos, fomos buscar respostas ao avaliarmos a
fé de várias pessoas que têm vindo até nós e chegamos à seguinte conclusão: a
fé tem sido separada da inteligência, pois é justamente essa junção que dá
suporte à fé qualitativa.
A vida de uma pessoa depende da fé que ela possui. Nós podemos concluir
que a qualidade de vida dessa pessoa também depende da qualidade de sua fé.
“... nem mesmo em Israel achei fé como esta” (Mateus 8:10). Quando o Senhor
Jesus viu a fé daquele centurião, admirou-se, pois Ele, mais do que ninguém,
conhecia muito bem a tradicional fé judaica professada em todo Israel. O Senhor
somente achou fé de qualidade naquele estrangeiro, que era um oficial romano.
A fé cultivada em Israel estava deteriorada pelos ritos e costumes
religiosos tradicionais, descompromissados com a fé original de Abraão, Isaque
e Israel. Havia uma religião, mas faltava a comunhão com Deus. O que faltava de
sinceridade sobrava em hipocrisia por parte das autoridades eclesiásticas. Era
esse o quadro espiritual em Israel e que não difere em nada do mesmo
apresentado nos dias atuais.
O Senhor não estava comparando a fé do centurião em termos de
quantidade, mas à sua qualidade. Essa qualidade se fez notória pela forma
inteligente de expressar o sentimento de certeza. Ele havia dito: “Senhor, não
sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o
meu rapaz será curado. Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho
soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e elevai; e a outro: vem, e ele
vem”. (Mateus 8:8,9)
O centurião creu na palavra do Senhor Jesus porque reconhecia a Sua
autoridade. Aí está sua inteligência unida com a fé. A fé tem tudo a ver com a
inteligência a partir do momento em que ela é consciente. O apóstolo Paulo
confessou: “porque sei em quem tenho crido...” (2 Timóteo 1:12). Sua fé não
estava alicerçada na fé alheia, nem muito menos no testemunho de alguém. Paulo
estava convicto de sua crença. Pois conhecia bem em quem havia apoiado toda sua
vida. A fé qualitativa suscita a revolta para com a derrota. A exemplo disso
nós temos Abraão, Jacó, Moisés, Josué, Gideão, Jefté, Davi e tantos outros que
apresentaram uma revolta diante dos sintomas de derrota. A qualidade de certeza
que havia em seus corações obrigava-os a rejeitar a derrota em face da crença
num Deus Todo-Poderoso.
Ao contrário da fé consciente, existe a cega, que jamais pode trazer
qualquer beneficio. Inclusive é essa fé a responsável pela escravidão das
religiões. Gideão se mostrou revoltado diante do anjo do Senhor porque a sua
inteligência não aceitava ver seu povo crendo num Deus vivo e ao mesmo tempo
sofrendo nas mãos de seus inimigos. Sua revolta apontava sua força e com ela
salvou Israel. O sentimento de revolta apresentado por Gideão diante de Deus
mostrou a sua força e a razão pela qual ele foi o escolhido para livrar Israel
da mão dos seus inimigos. Na sua revolta havia dois elementos principais: a fé
e a inteligência.
Enquanto sua fé lhe dava a certeza de que Deus era com ele, a sua inteligência
não se conformava com aquela situação de miséria. Creio que Deus tem buscado
pessoas de fé qualitativa para que Ele possa realmente ser glorificado nesse
mundo, não com meras palavras, mas no testemunho de caráter verdadeiramente
cristalino.
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