Uma
das grandes vantagens do inferno sobre o povo evangélico é a proliferação de
doutrinas aparentemente bíblicas. Os que crêem serem estes os últimos tempos
hão de crer também nas palavras do Senhor Jesus, quando disse: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e
enganarão a muitos” (Mateus 24.11).
O que diferencia o falso do verdadeiro
não são as vestes, nem os discursos, como os dos fariseus hipócritas, mas os
frutos. Os falsos profetas manipulam a verdade e a misturam com as mentiras,
dando-lhes uma aparência pura e santa. E é claro, os incautos, os imaturos na
fé ou os neófitos acabam tomando veneno com gosto de mel.
Assim tem sido o ensino de que “uma
vez salvo, salvo para sempre”, fanerose, predestinação. Esse tipo de discurso
agrada muito os que querem manter uma vida irregular e alarga o caminho que
conduz à perdição. Há pelo menos três aspectos bíblicos a considerar quando
falamos em salvação eterna: nascimento da carne, nascimento da água e nascimento
da água e do Espírito. Muitas pessoas fazem parte do corpo de membros da Igreja
por questão apenas de gratidão. Foram curadas, libertas de vícios ou alcançaram
uma determinada graça e daí passam a fazer parte da Igreja. Os anos vão
passando e aquelas pessoas se mantêm fiéis aos princípios doutrinários da sua
denominação, porém continuam vivendo a mesma qualidade de vida que viviam no
passado. Apenas algumas insignificantes mudanças, tais como: não bebem mais;
não desperdiçam dinheiro em jogos de azar; não participam mais de festas
idólatras, e daí por diante. Mas, em geral, a vida é a mesma. E aí perguntam:
por quê? E a resposta é única: nunca nasceram da água e do Espírito, isto é,
não nasceram de novo!
Falando sobre esse assunto numa
reunião de bispos e pastores, uma esposa de pastor tremeu na cadeira. Uma
semana depois, ela e seu marido abandonaram a Igreja. Como se explica isso?
Simples: ela estava na Igreja havia mais de dez anos, mas nunca tinha nascido
de novo.
Consideremos, então, os três tipos de
pessoas mencionados acima. Primeiro, os nascidos da carne, que são carnais. São
constituídos por aqueles que foram “bajulados” pelo pastor de tal forma, que
acabam se tornando membros fiéis da igreja daquele mesmo pastor. Se este é
transferido para outra localidade, os carnais imediatamente se transferem para
aquela igreja onde está o “seu pastor”. Caso este deixe a Igreja, os carnais
também o seguem. Por serem carnais, eles estão sempre voltados para a vontade
da carne. E o Espírito Santo ensina: “Porque
o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por
isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de
Deus, nem mesmo pode estar” (Romanos 8.6,7). Portanto, os nascidos da carne
jamais são salvos.
Segundo, os nascidos da água, que são
aqueles que receberam com alegria a Palavra de Deus e foram curados, libertos
ou alcançaram uma determinada graça. Gratos a Deus, eles se mantêm na Igreja e
aprendem os princípios fundamentais da fé cristã. Com isso, se convencem cada
vez mais de que são nascidos de Deus, e, na teoria, são convencidos. E quanto
mais acesso tem aos conhecimentos das doutrinas bíblicas, mais convencidos ficam
de terem nascido de Deus. Mas, na prática, ou seja, ao passar pelo deserto,
revelam logo não terem a natureza divina, haja vista não suportarem as provas
do deserto e acabarem desistindo. De uma forma geral, os “aguados” têm grandes
chances de serem salvos, pois conhecem a verdade e, se conseguirem se manter
nela até o fim, serão salvos. O grande problema deles é a perseverança. É muito
difícil, mas não impossível, o “aguado” perseverar até o fim.
Terceiro, os nascidos da água e do
Espírito, que, finalmente, são verdadeiros filhos de Deus, pois as tribulações,
as provações, as perseguições, as injustiças, os desertos, enfim, nada neste
mundo pode remover sua fidelidade para com seu Eterno Senhor e Salvador Jesus
Cristo. Com estes se cumpre exatamente o que diz a Escritura: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o
mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (1 João 5.4).
Quando a pessoa é nascida da água e do
Espírito, somente ela própria pode se destruir, quando decide resistir à voz do
Espírito Santo. Deus jamais vai destruí-la, e o diabo não tem poder para tal. É
possível um filho de Deus perder a salvação? É muito difícil, mas também não é
impossível, pois na carta à igreja em Sardes o Senhor promete ao vencedor não riscar
seu nome do Livro da Vida, o que significa que existe a chance de se riscar o
nome do Livro da Vida. Isto significa perder a salvação!
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