Comecei a sentir muitas
dores na cabeça, acho que o calor era tanto que estava fritando o meu cérebro.
Eu via vultos passarem por todo lado, não havia lugar de paz, apenas de
tormento. Eu estava com muito medo. Eles passavam por mim e zombavam, dizendo
que eu nunca dera ouvidos à Palavra do Homem de Branco. O meu primeiro cigarro
de maconha foram eles que ofereceram. Vermes começaram a subir em mim; quanto
mais eu os tirava, mais eles vinham.
Um deles me jogou no chão
e me mandou ajoelhar diante do trono de Satanás. Tudo era muito real, um lugar
que nunca imaginara existir. Meu coração estava de tal forma disparado que
parecia sair pela boca. Realmente eu estava no inferno, e aqueles que me
acompanhavam eram demônios. “Não sei como sair daqui, não sei como cheguei
aqui, sei que não quero mais ficar, estou com tanto medo, tanto medo... Quero
voltar para onde eu estava. Quero dar ouvidos à minha mãe. Quero ir para a
igreja e entender o que aquele homem falava naquele altar. Não posso ficar
aqui....”
O desespero tomou conta
do meu ser. Meu corpo não estava ali, mas sim a minha alma. Eu sentia tudo como
se estivesse viva. “Será que estou morta? Não sei, não estou entendendo, só
quero mais uma chance... Sinto sede...”
Meus lábios começaram a
grudar e doer de tão secos que estavam. Procurei por água, uma gota pelo menos,
mas não encontrei. Para todo lado só via chamas, pessoas gritando e gemendo de
dor. Pareciam estar dentro de um caldeirão e não conseguiam sair. Demônios
tentavam me levar para lá.
“Quero água... Deus, me
ajude! Me ajude! Eu creio no Senhor! Agora eu creio no Senhor! Pelo amor de
Deus, me dê mais uma chance!”
6ª de um total de
25 crônicas.
Continua na
próxima edição.
A história é
fictícia e baseada em fatos do cotidiano.
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