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terça-feira, 5 de março de 2013

Eu mentia... E daí?


– Fique de joelho diante do trono! O seu lugar agora é aqui, daqui você nunca mais vai sair! Viverá aqui por toda a eternidade!!

O fogo era muito alto e as pessoas estavam dentro dele. Não tinha como sair, não havia para onde ir. O fogo consumia tudo, o cheiro de enxofre era cada vez mais forte. O calor era insuportável, os vermes eram nojentos. Os demônios obrigavam as pessoas a se ajoelhar diante do trono, ninguém conseguia se esconder.

Havia muitos túneis, todos davam num lago com enxofre e muito, muito fogo. Pessoas gritavam desesperadamente, não tinha fim o tormento!!

Comecei a gostar da ideia de fumar maconha, mas tinha que esconder de todos da minha família. Passei a dormir na casa de amigas, para “estudar” matérias da escola. Santa ingenuidade...

Fiz tudo o que eu queria. Me tornei popular no colégio também, porque provei que havia dormido com o André. É assim, a gente prova e se torna popular. Mentir para minha mãe não era muito legal, porque ela sempre estava do meu lado em tudo, sempre fazia de tudo para me agradar. Mas o que eu podia fazer? Ela não iria deixar eu experimentar maconha, iria? Deixaria eu dormir com o André? Claro que não. Então? Por isso eu tinha que mentir. Mas não tinha problema. Deus entende... Na noite seguinte, André pegou o carro do pai e fomos passear; ele não tinha carteira de motorista, mas íamos passear bem rapidinho, não haveria problemas.

Ele estava correndo e ultrapassou um caminhão... Não me lembro de mais nada.

7ª de um total de 25 crônicas.

Continua na próxima edição.

A história é fictícia e baseada em fatos do cotidiano.

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