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quinta-feira, 6 de junho de 2013

E se a Bíblia fosse proibida no Brasil?

Em alguns países, essa é a realidade. Mas, na China, a fé tem ultrapassado as suas "muralhas"


Um vídeo mostrando chineses recebendo pela primeira vez uma Bíblia tem circulado na internet e feito muitos cristãos refletirem sobre a preciosidade da Palavra de Deus. Com ansiedade, eles rasgam a embalagem, beijam e apertam o livro junto ao peito, como forma de respeito e felicidade pelo momento.


Em países ocidentais, como o Brasil, por exemplo, ter acesso ao Texto Sagrado é algo normal. Você pode encontrá-Lo em livrarias, igrejas e até em supermercados. Há também a opção de baixar a Bíblia Sagrada em arquivo e levá-la por onde for, nos dispositivos móveis, como celular e notebook.

A China é um país marcado por contrastes. Enquanto o liberalismo econômico é pregado aos quatro cantos como forma de desenvolvimento, a liberdade religiosa e política é controlada. Embora a Constituição afirme que os cidadãos chineses “gozam de liberdade de crença religiosa”, na prática, organizações públicas de qualquer religião são proibidas. Os cristãos, por exemplo, não podem se reunir em templos não registrados.

Porém, tais determinações não impedem a Universal de fazer o que mais sabe: ganhar almas para o Reino de Deus. Desde 2004 no país comunista, com um templo localizado em Hong Kong, a Igreja desenvolve trabalhos especiais em algumas ilhas, como Macau, e em grandes cidades, a exemplo de Shenzhen, Guanzhou, Shatin e South Horizon.

“Temos uma igreja com cerca de 800 membros. Contamos também com voluntários que visitam hospitais e distribuem alimentos aos necessitados. Semelhantemente ao Brasil, grupos como Força Jovem e EBI realizam campanhas contra o bullying; oferecemos também aulas de inglês para quem quer aprender a língua”, explica o pastor Tak Chi Wu, de 45 anos.

Consagrado a pastor no último dia 1º de maio pelo bispo Wladimir Nunes, responsável pelo trabalho evangelístico na Ásia, ao lado do pastor de Wai Lun Pang, que coordena a evangelização em Hong Kong, o pastor Tak está na Universal há 15 anos. Chinês, ele saiu de seu país em busca de solução para a vida sofrida que levava, mas, chegando ao Brasil, a situação só piorou, porque o problema não estava no lugar em que vivia, mas dentro dele. “Eu era uma pessoa negativa, depressiva, infiel à minha esposa. Por ser assim, fui traído também. Isso me fez pensar várias vezes em suicídio. Sem contar que eu tinha o vício do cigarro, era mau caráter, desonesto, um pai ausente, tinha maus olhos e era muito mentiroso”, admite.

Mas não importa a nacionalidade, cultura ou religião, quando o Espírito Santo age, não há coração de pedra que resista. Tak é exemplo disso. “Fui convidado pela minha esposa para conhecer a Universal, em outubro de 1998. Com um ano na Igreja, nós íamos evangelizar nas comunidades com nossas filhas pequenas. Nada nos parava. Passamos muitas lutas e dificuldades para compreender a Palavra de Deus. Mas, depois de muitas campanhas e sacrifícios de fé, me quebrantei diante de Deus. Eu vi que era um pecador e necessitava de um Salvador.”

O desafio da comunicação


A própria mudança e de toda a família não era suficiente para o novo convertido. Ele queria mais. E o chamado divino foi feito. “Fui levantado a obreiro em 2010. Já havia conquistado muitas bênçãos, mas o amor pelas almas falou mais alto. O senhor Jesus disse para pregar por todo o mundo, não só no Brasil. A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Chamados para a Obra em junho de 2012, chegamos a Hong Kong em julho do mesmo ano.”

Para o pastor Tak, a consagração recebida no último dia 1º representa mais unção da parte de Deus na vida dele para anunciar a mais de 1,3 bilhão de habitantes chineses que só o Senhor Jesus pode salvá-los do inferno eterno. 

Porém, essa missão não é nada fácil. Mesmo sendo nativo, o pastor explica que a dificuldade de comunicação deve ser vencida, haja vista que existem mais de 3 mil dialetos regionais; entre eles, os mais falados são o mandarim – considerado o idioma oficial da região de Pequim – o cantonês, o sichuanês e o hakka.

Superando desafios


Lidar com a herança cultural e religiosa dessa população requer também muita sabedoria, pois ídolos dos antepassados chineses são cultuados e lembrados a todo instante pelas famílias. “Eles têm uma tradição milenar, passada por várias gerações. Então, há uma resistência ao Evangelho, em virtude dessa raiz religiosa. Mas, como já foi determinado, as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja de Jesus, e o Evangelho está sendo aceito. Dia após dia o povo tem se rendido ao Senhor Jesus.”

Fazer discípulos num país em que as pessoas só pensam em trabalhar é outro desafio dos voluntários da Universal. Para isso, os obreiros estão sempre presentes no templo de Hong Kong e nos núcleos, prontos para receber quem chega, aconselhando, orando e se dedicando aos sofridos. Para os servos de Deus no país, as adversidades servem como combustível para manter a fé em alta e sempre em atividade.


“Não agimos pela emoção, usamos a fé inteligente, porque quando se coloca a mão no arado não se olha para trás. Nosso objetivo é ter um Templo de Salomão em cada país da Ásia, para concluir o anúncio do Evangelho para toda a humanidade. Pois é só isso o que falta para a volta do Senhor Jesus Cristo”, conclui o pastor Tak, almejando coisas grandes para o povo chinês.

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