Em alguns países, essa é a realidade. Mas, na China, a fé tem
ultrapassado as suas "muralhas"
Um vídeo mostrando chineses recebendo pela primeira vez uma Bíblia tem
circulado na internet e feito muitos cristãos refletirem sobre a preciosidade
da Palavra de Deus. Com ansiedade, eles rasgam a embalagem, beijam e apertam o
livro junto ao peito, como forma de respeito e felicidade pelo momento.
Em países ocidentais, como o Brasil, por exemplo, ter acesso ao Texto
Sagrado é algo normal. Você pode encontrá-Lo em livrarias, igrejas e até em
supermercados. Há também a opção de baixar a Bíblia Sagrada em arquivo e
levá-la por onde for, nos dispositivos móveis, como celular e notebook.
A China é um país marcado por contrastes. Enquanto o liberalismo
econômico é pregado aos quatro cantos como forma de desenvolvimento, a
liberdade religiosa e política é controlada. Embora a Constituição afirme que
os cidadãos chineses “gozam de liberdade de crença religiosa”, na prática,
organizações públicas de qualquer religião são proibidas. Os cristãos, por
exemplo, não podem se reunir em templos não registrados.
Porém, tais determinações não impedem a Universal de fazer o que mais
sabe: ganhar almas para o Reino de Deus. Desde 2004 no país comunista, com um
templo localizado em Hong Kong, a Igreja desenvolve trabalhos especiais em
algumas ilhas, como Macau, e em grandes cidades, a exemplo de Shenzhen,
Guanzhou, Shatin e South Horizon.
“Temos uma igreja com cerca de 800 membros. Contamos também com voluntários
que visitam hospitais e distribuem alimentos aos necessitados. Semelhantemente
ao Brasil, grupos como Força Jovem e EBI realizam campanhas contra o bullying;
oferecemos também aulas de inglês para quem quer aprender a língua”, explica o
pastor Tak Chi Wu, de 45 anos.
Consagrado a pastor no último dia 1º de maio pelo bispo Wladimir Nunes,
responsável pelo trabalho evangelístico na Ásia, ao lado do pastor de Wai Lun
Pang, que coordena a evangelização em Hong Kong, o pastor Tak está na Universal
há 15 anos. Chinês, ele saiu de seu país em busca de solução para a vida
sofrida que levava, mas, chegando ao Brasil, a situação só piorou, porque o
problema não estava no lugar em que vivia, mas dentro dele. “Eu era uma pessoa
negativa, depressiva, infiel à minha esposa. Por ser assim, fui traído também.
Isso me fez pensar várias vezes em suicídio. Sem contar que eu tinha o vício do
cigarro, era mau caráter, desonesto, um pai ausente, tinha maus olhos e era
muito mentiroso”, admite.
Mas não importa a nacionalidade, cultura ou religião, quando o Espírito
Santo age, não há coração de pedra que resista. Tak é exemplo disso. “Fui
convidado pela minha esposa para conhecer a Universal, em outubro de 1998. Com
um ano na Igreja, nós íamos evangelizar nas comunidades com nossas filhas
pequenas. Nada nos parava. Passamos muitas lutas e dificuldades para
compreender a Palavra de Deus. Mas, depois de muitas campanhas e sacrifícios de
fé, me quebrantei diante de Deus. Eu vi que era um pecador e necessitava de um
Salvador.”
O desafio da comunicação
A própria mudança e de toda a família não era suficiente para o novo
convertido. Ele queria mais. E o chamado divino foi feito. “Fui levantado a
obreiro em 2010. Já havia conquistado muitas bênçãos, mas o amor pelas almas
falou mais alto. O senhor Jesus disse para pregar por todo o mundo, não só no
Brasil. A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Chamados para a Obra
em junho de 2012, chegamos a Hong Kong em julho do mesmo ano.”
Para o pastor Tak, a consagração recebida no último dia 1º representa
mais unção da parte de Deus na vida dele para anunciar a mais de 1,3 bilhão de
habitantes chineses que só o Senhor Jesus pode salvá-los do inferno
eterno.
Porém, essa missão não é nada fácil. Mesmo sendo nativo, o pastor
explica que a dificuldade de comunicação deve ser vencida, haja vista que
existem mais de 3 mil dialetos regionais; entre eles, os mais falados são o
mandarim – considerado o idioma oficial da região de Pequim – o cantonês, o
sichuanês e o hakka.
Superando desafios
Lidar com a herança cultural e religiosa dessa população requer também
muita sabedoria, pois ídolos dos antepassados chineses são cultuados e
lembrados a todo instante pelas famílias. “Eles têm uma tradição milenar,
passada por várias gerações. Então, há uma resistência ao Evangelho, em virtude
dessa raiz religiosa. Mas, como já foi determinado, as portas do inferno não
prevalecerão contra a Igreja de Jesus, e o Evangelho está sendo aceito. Dia
após dia o povo tem se rendido ao Senhor Jesus.”
Fazer discípulos num país em que as pessoas só pensam em trabalhar é
outro desafio dos voluntários da Universal. Para isso, os obreiros estão sempre
presentes no templo de Hong Kong e nos núcleos, prontos para receber quem
chega, aconselhando, orando e se dedicando aos sofridos. Para os servos de Deus
no país, as adversidades servem como combustível para manter a fé em alta e
sempre em atividade.
“Não agimos pela emoção, usamos a fé inteligente, porque quando se
coloca a mão no arado não se olha para trás. Nosso objetivo é ter um Templo de
Salomão em cada país da Ásia, para concluir o anúncio do Evangelho para toda a
humanidade. Pois é só isso o que falta para a volta do Senhor Jesus Cristo”, conclui
o pastor Tak, almejando coisas grandes para o povo chinês.
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