Um mês se passou. Dias e
noites com fortes dores no corpo. Em minha mente, a cada segundo o desejo pela
droga. Os enjoos eram constantes. Já não tinha mais vontade de morrer e sim de
viver, de mudar de vida, mas quão difícil foi.
Eu ouvia palavras de fé,
que Deus mudaria minha vida, mas em troca deveria dar a minha vida a Ele.
Consegui um emprego. O
que eu ganhava no mês não chegava aos pés do que eu tirava num dia de programa.
Mas havia uma diferença: o dinheiro rendia, eu não sei como...
Comecei a me arrumar,
deixei meu cabelo loiro e com cachos crescer.
Não usava mais aquelas
roupas apertadas que pareciam que iam rasgar no meu corpo, minha maquiagem não
era mais escura e sim suave. Meu sorriso estava voltando; às vezes ainda
pensava nas drogas, mas meu desejo de sair delas era tão grande que todo dia eu
pedia a ajuda de Deus.
Meu corpo estava parando
de tremer, as náuseas haviam sumido, não fui mais aos pontos de drogas, eu
queria muito mudar, para isso eu tive que negar meus desejos e me sacrificar.
Fui mudando aos poucos,
com muita luta, e perseverando na minha fé.
Havia um grande problema
em minha vida, maior até que o crack... O ódio. Ódio pela menina que agora já
não era mais a "coisa", e sim uma menina. Eu não conseguia falar o
seu nome, era algo que estava dentro de mim, não conseguia tirar.
29ª de um total de
33 crônicas.
Continua na
próxima edição.
A história é
fictícia e baseada em fatos do cotidiano.
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