Lembrei-me do último
retiro de que participara. Ainda era pequena, me divertira muito e aprendera
que Deus é O único que pode nos dar alegria.
Uma dor invadiu meu ser.
Comecei a pensar se era feliz.
– Aqui está o café da
manhã de vocês. Noto que está vendo o convite para o nosso retiro. Se quiserem,
podem ir, tenho certeza de que irão gostar muito.
– Senhora, retiro é coisa
de gente tapada! Somos jovens e descolados. Queremos viver a vida enquanto temos
forças, depois podemos pensar em aceitar esse Deus de vocês.
– A oportunidade pode ir
embora e vocês não terem outra.
André me olhou e desandou
a rir. Fiquei quieta, não sabia o que dizer.
O café da manhã parecia
não passar na minha garganta. Senti uma grande angústia na alma.
15 de outubro de
1988, 23h47.
– Um dia, o Homem de
Branco enviou aquela senhora para falar dEle para você. Nós estávamos do seu
lado, fechando seus ouvidos para que não entendesse o que ela falava.
– Mas eu ouvi, sim!
Aceitei Jesus naquele dia!
(gargalhadas)
– Não aceitou, não! Você
voltou para sua vida e quis vivê-la. Fez todas as nossas vontades. Preferiu o
mundo.
Todos aqueles dias
passaram em minha mente. Parecia o tormento eterno. Lembrei-me de cada momento.
De cada palavra. De cada pessoa vindo me falar que Deus me queria de volta.
Tudo era nítido em minha mente, e o que eu estava vivendo agora era real.
A dor era real. O cheiro
horrível era real. Os fortes gritos eram reais.
Pessoas pedindo uma
última chance estavam por todo lado.
– Quanto desespero!
Quanta dor! Não quero ficar aqui! Por que não dei ouvidos àquela senhora? Por
que não dei ouvidos à minha querida mãe?
10ª de um total de
25 crônicas.
Continua na
próxima edição.
A história é
fictícia e baseada em fatos do cotidiano.
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