Vítimas da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro recebem apoio de equipe da Igreja
A noite de domingo (17) ficará gravada na
mente dos moradores do bairro Quitandinha, em Petrópolis, na região serrana do
Rio de Janeiro. A moradora Luciana da Silva, de 39 anos, relata que
inicialmente ouviu um barulho muito alto sem saber o que estava acontecendo. Em
seguida, escutou gritos de desespero. Um deslizamento de terra havia acabado de
acontecer, provocado pelas fortes chuvas das últimas horas, deixando muitas
pessoas machucadas e desaparecidas. Quando a Defesa Civil e o Corpo de
Bombeiros chegaram, a instrução recebida era de que os sobreviventes deveriam
ir para um abrigo na Escola Municipal Governador Marcello Alencar.
“Ficamos quatro dias no colégio, mas lá não
havia condições básicas de sobrevivência, eles só davam café e biscoito, nem
água tinha. Pediram para a gente sair do abrigo, pois precisam voltar às aulas,
mas as casas estão condenadas pela Defesa Civil. Disseram que se voltasse a
chover poderíamos retornar”, relata Luciana, muito triste com a situação.
Os moradores da região começaram a procurar
os desaparecidos antes mesmo da chegada dos bombeiros, tamanho era o desespero
para salvar o maior número de vidas. Paulo de Araújo, 45, ajudou no resgate de
quase dez corpos na madrugada de domingo. Ele conta que se empenhou ao máximo
para retirar os que estavam soterrados. “Perdi um amigo que era quase um irmão;
morreu não somente ele, mas toda a família. Ele era muito querido, um excelente
pedreiro. Essa imagem do resgate vai ficar gravada na minha memória, é muito
forte. A gente tem uma sensação de impotência diante dessa situação”, diz,
abalado.
Mesmo com a casa condenada pela Defesa
Civil, Luciana voltou para a residência com os seis filhos, pois não tem para
onde ir. “Espero que as autoridades resolvam logo o nosso problema.”
Até o fechamento desta edição, o número de
mortos, segundo a Defesa Civil, chega a 31. Há um total de 44 feridos e 13
pessoas permanecem internadas no Hospital Santa Teresa, quatro delas no CTI. Já
os desabrigados totalizam 1.079.
IURD em ação
A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD)
continua com o seu belo e árduo trabalho de ajuda aos desabrigados. O pastor
Carlos Azevedo, responsável pela IURD em Petrópolis, visitou o local. “O
propósito deste trabalho é apoiar as equipes de resgate, entregando lanches e
sucos para ajudá-los, pois trabalham incansavelmente na busca por corpos que
ainda encontram-se soterrados.”
De acordo com o pastor, o objetivo principal
da IURD é levar conforto espiritual às vítimas, parentes e amigos, e também aos
moradores que ainda correm perigo. Foram feitas orações pedindo a Deus proteção
e conforto neste momento tão difícil para a população local.
A equipe da Igreja Universal de Petrópolis
está organizando um grande mutirão com donativos de roupas e fraldas para serem
entregues. Todos os interessados em fazer doações podem entregar o material na
Igreja Universal mais próxima de sua residência.
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