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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Canibalismo na Coreia do Norte


Relatos sobre pais que devoram os próprios filhos são o assunto do momento no noticiário internacional


A pobreza pela qual passa o povo norte-coreano – enquanto seu egocêntrico ditador Kim Jong-un aproveita luxuosos banquetes e gasta bilhões em armamentos – não é exatamente uma novidade. Desde a Guerra da Coreia, na década de 1950, essa é a situação presente. No entanto, relatos assombrosos tomaram conta do noticiário internacional nos últimos dias, após a pausa que o atentado terrorista na Maratona de Boston causou quanto às ameaças da Coreia do Norte à do Sul e aos Estados Unidos.


De acordo com esses relatos, norte-coreanos vêm apelando para o canibalismo a fim de vencer a fome. Jornais internacionais afirmam, inclusive, que adultos chegam a devorar os próprios filhos.

O primeiro periódico a veicular esse tipo de notícia foi o britânico The Sunday Times, numa compilação de matérias feitas pela agência de notícias japonesa Asia Press – segundo a agência, seus “correspondentes” nesse caso são moradores locais que, como repórteres amadores, coletam as informações.

O Sunday Times publicou que um homem foi fuzilado por ter matado e comido seus dois filhos em um “ataque de fome”. Em outro caso macabro, um idoso exumou o cadáver do neto pouco após o enterro e o canibalizou. Um terceiro cidadão teria feito um cozido do próprio filho.

A agência asiática compilou 12 páginas de relatos sobre canibalismo, mas continuam a chegar informações sobre outros casos. Especula-se que mais de 10 mil pessoas morreram de fome no país em 2012.

O jornal francês Le Figaro noticiou, no ano passado, que uma organização sul-coreana publicou um relatório sobre a execução de três pessoas da Coreia do Norte, pelas autoridades, por canibalismo.

”Carne humana é bem melhor”

Um dos relatos mais impressionantes colhidos pela mesma organização da Coreia do Sul é o de uma mãe presa em 2007 por ter devorado a própria filha, de 9 anos. A mulher teria dito que enlouqueceu por causa da extrema fome e que “a carne humana é bem melhor que a carne de porco”. A cidadã que apelou à antropofagia mostrou, em uma declaração, o nível da desesperança e desespero: “Já que todos vamos morrer de fome de qualquer jeito...”

O governo norte-coreano, por meio de seu Instituto de Unificação Nacional, mencionou que promoverá investigações acerca do canibalismo, admitindo oficialmente a existência da prática em seu território.

É difícil imaginar o desespero da fome ao seu limite. Como uma mãe, em acordo com a vizinha, decide canibalizar o seu filho num dia e, no outro, o filho dela? Tal selvageria também aconteceu em Israel, no passado. “(...)Respondeu ela: Esta mulher me disse: Dá teu filho, para que, hoje, o comamos e, amanhã, comeremos o meu. Cozemos, pois, o meu filho e o comemos; mas, dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá o teu filho para que o comamos, ela o escondeu.”(2 Reis 6.26-29)

Cenário apocalíptico

A Coreia do Norte faz jus às piores imagens citadas por João, em Apocalipse. Nem mesmo os laços familiares são respeitados quando a fome se faz presente e a loucura leva pais a devorarem os próprios filhos, a quem deveriam proteger.

Em regimes fechados como o de Kim Jong-un, as informações sobre situações críticas sempre são suavizadas. O quadro real deve ser bem pior do que os cavaleiros apocalípticos da Guerra, da Fome, da Peste e da Morte vagando livremente sobre as vidas dos cidadãos já massacrados pela ditadura. Afinal, para que uma prática escandalosa como a antropofagia torne-se pública, mesmo além da versão norte-coreana da cortina de ferro, é porque o quadro deve ser bem mais grave do que o conhecido.

Se até mesmo o amor de um pai e de uma mãe pelos filhos se esfria a ponto de os devorarem como animais, fica claro que o fim dos tempos está mais próximo do que imaginamos, já bate à porta.

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