Relatos sobre pais que devoram os próprios filhos são o assunto do
momento no noticiário internacional
A pobreza pela qual passa o povo
norte-coreano – enquanto seu egocêntrico ditador Kim Jong-un aproveita luxuosos
banquetes e gasta bilhões em armamentos – não é exatamente uma novidade. Desde
a Guerra da Coreia, na década de 1950, essa é a situação presente. No entanto,
relatos assombrosos tomaram conta do noticiário internacional nos últimos dias,
após a pausa que o atentado terrorista na Maratona de Boston causou quanto às
ameaças da Coreia do Norte à do Sul e aos Estados Unidos.
De acordo com esses relatos, norte-coreanos
vêm apelando para o canibalismo a fim de vencer a fome. Jornais internacionais
afirmam, inclusive, que adultos chegam a devorar os próprios filhos.
O primeiro periódico a veicular esse tipo de
notícia foi o britânico The Sunday Times, numa compilação de matérias feitas
pela agência de notícias japonesa Asia Press – segundo a agência, seus
“correspondentes” nesse caso são moradores locais que, como repórteres
amadores, coletam as informações.
O Sunday Times publicou que um homem foi fuzilado
por ter matado e comido seus dois filhos em um “ataque de fome”. Em outro caso
macabro, um idoso exumou o cadáver do neto pouco após o enterro e o
canibalizou. Um terceiro cidadão teria feito um cozido do próprio filho.
A agência asiática compilou 12 páginas de
relatos sobre canibalismo, mas continuam a chegar informações sobre outros
casos. Especula-se que mais de 10 mil pessoas morreram de fome no país em 2012.
O jornal francês Le Figaro noticiou, no ano
passado, que uma organização sul-coreana publicou um relatório sobre a execução
de três pessoas da Coreia do Norte, pelas autoridades, por canibalismo.
”Carne humana é bem melhor”
Um dos relatos mais impressionantes colhidos
pela mesma organização da Coreia do Sul é o de uma mãe presa em 2007 por ter
devorado a própria filha, de 9 anos. A mulher teria dito que enlouqueceu por
causa da extrema fome e que “a carne humana é bem melhor que a carne de porco”.
A cidadã que apelou à antropofagia mostrou, em uma declaração, o nível da
desesperança e desespero: “Já que todos vamos morrer de fome de qualquer
jeito...”
O governo norte-coreano, por meio de seu
Instituto de Unificação Nacional, mencionou que promoverá investigações acerca
do canibalismo, admitindo oficialmente a existência da prática em seu
território.
É difícil imaginar o desespero da fome ao
seu limite. Como uma mãe, em acordo com a vizinha, decide canibalizar o seu
filho num dia e, no outro, o filho dela? Tal selvageria também aconteceu em
Israel, no passado. “(...)Respondeu ela: Esta mulher me disse: Dá teu filho,
para que, hoje, o comamos e, amanhã, comeremos o meu. Cozemos, pois, o meu
filho e o comemos; mas, dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá o teu filho para que o
comamos, ela o escondeu.”(2 Reis 6.26-29)
Cenário apocalíptico
A Coreia do Norte faz jus às piores imagens
citadas por João, em Apocalipse. Nem mesmo os laços familiares são respeitados
quando a fome se faz presente e a loucura leva pais a devorarem os próprios
filhos, a quem deveriam proteger.
Em regimes fechados como o de Kim Jong-un,
as informações sobre situações críticas sempre são suavizadas. O quadro real
deve ser bem pior do que os cavaleiros apocalípticos da Guerra, da Fome, da
Peste e da Morte vagando livremente sobre as vidas dos cidadãos já massacrados
pela ditadura. Afinal, para que uma prática escandalosa como a antropofagia
torne-se pública, mesmo além da versão norte-coreana da cortina de ferro, é
porque o quadro deve ser bem mais grave do que o conhecido.
Se até mesmo o amor de um pai e de uma mãe
pelos filhos se esfria a ponto de os devorarem como animais, fica claro que o
fim dos tempos está mais próximo do que imaginamos, já bate à porta.
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